Balanced Scorecard (BSC): o que é e como usar no planejamento estratégico
- ALMA Negócios
- 17 de nov.
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O BSC foi desenvolvido por Robert Kaplan e David Norton, no início da década de 1990, como um sistema de medição e gestão que conecta indicadores financeiros e não financeiros e permite traduzir a missão e a visão em objetivos operacionais.
Basicamente, o BSC organiza a estratégia em quatro (ou cinco, conforme adaptações) perspectivas típicas:
Financeira – que responde à pergunta “como a empresa gera valor para os acionistas/financiadores?”
Clientes – “como vamos criar valor para os clientes e segmentos alvo?”
Processos internos – “quais processos chave precisamos dominar para satisfazer clientes e gerar resultados financeiros?”
Aprendizagem & crescimento (ou inovação) – “como vamos sustentar capacidade de melhoria contínua, talentos, sistemas, cultura?”
O ponto central: o BSC não é apenas um painel de indicadores, mas um sistema de gestão estratégica que alinha objetivos, indicadores, metas e iniciativas, articulados numa lógica de causa & efeito.

Por que o BSC importa no planejamento estratégico
Alguns benefícios chaves para incorporar o BSC ao planejamento estratégico:
Alinhamento interno: traduzir a estratégia em objetivos operacionais permite que departamentos, equipes e indivíduos entendam como contribuem para o todo.
Visão holística: combina métricas financeiras e não‑financeiras, curto e longo prazo, prevenindo foco excessivo apenas em resultados financeiros.
Monitoramento e aprendizado: o modelo exige o acompanhamento contínuo e ajustes no plano de ação.
Comunicação da estratégia: o mapa estratégico visual facilita que todos compreendam a direção da empresa.
Por exemplo, estudos brasileiros destacam que o uso do BSC “gera e comunica com clareza” os objetivos estratégicos e indicadores, sendo um importante mecanismo no processo de planejamento estratégico organizacional.
3. Como estruturar o BSC no planejamento estratégico – passo a passo
A seguir, detalho um framework prático em 6 passos para usar o BSC com profundidade no planejamento estratégico.
Passo 1: Diagnóstico estratégico
Antes de implantar o BSC, é preciso ter um planejamento estratégico bem definido: missão, visão, valores, análise ambiental (SWOT ou similar). O relatório de Superior Tribunal de Justiça já indicava isso como condição para o uso eficaz do BSC.
Passo 2: Definir os temas e os objetivos estratégicos
Com base no diagnóstico, identifique os “temas estratégicos” (ex: crescimento, eficiência operacional, experiência do cliente, inovação) e os objetivos vinculados. Exemplo: “aumentar participação de mercado”, “reduzir custo unitário”, “elevar satisfação do cliente”.
Passo 3: Mapear os objetivos nas perspectivas do BSC
Distribua os objetivos nas quatro perspectivas (financeira, cliente, processo, aprendizagem). Em cada perspectiva, trace as relações de causa & efeito: por exemplo, investir em capacitação (aprendizagem) → melhora nos processos internos → maior satisfação do cliente → melhores resultados financeiros. A lógica de causa & efeito é chave.

Passo 4: Selecionar indicadores (KPIs) e metas
Para cada objetivo, determine indicadores mensuráveis e metas claras (ex: até fim de ano, reduzir tempo de ciclo de processo em 20 %; elevar NPS de 55 para 65). É crucial que os indicadores sejam relevantes, mensuráveis, claros e alinhados aos objetivos. Estudos com empresas brasileiras apontam que lacunas comuns ocorrem justamente na definição formal de indicadores nas quatro perspectivas.
Passo 5: Definir iniciativas e plano de ação
Iniciativas estratégicas são os projetos ou programas que vão mover os indicadores. Por exemplo: programa de melhoria de processos, plataforma de atendimento digital, treinamento de liderança, etc. Estabeleça responsáveis, prazos, recursos e interdependências. Esse plano faz parte da execução da estratégia via BSC.
Passo 6: Monitorar, revisar e adaptar
Uma vez em operação, o painel BSC deve alimentar ciclos regulares de revisão estratégica (mensal/trimestral): comparar resultados com metas, entender desvios, ajustar iniciativas ou até revisar estratégia. Na prática, empresas brasileiras relatam dificuldades de uso por falta de rotina de monitoramento ou por não alinharem bem os indicadores operacionais aos objetivos estratégicos.
4. Exemplos/cases brasileiros recentes
Para tornar o tema concreto, apresento dois cases brasileiros de aplicação do BSC que trazem aprendizado relevante.
5. Principais riscos, desafios e boas práticas
Mesmo com bons propósitos, a implantação do BSC enfrenta desafios. Alguns deles:
Desalinhamento de objetivos e indicadores: Se os indicadores não refletem a estratégia ou estão mal distribuídos nas perspectivas, o BSC perde eficácia.
Falta de engajamento da liderança e da cultura organizacional: O apoio da alta gestão e a disseminação cultural são críticos.
Excesso de indicadores ou métrica equivocada: Sobrecarga de KPIs ou indicadores que medem o errado podem levar a foco em méritos operacionais, não estratégicos.
Monitoramento fraco ou inexistente: Sem rotina de revisão, o painel vira enfeite. Estudos relatam que empresas implantam o BSC, mas falham na etapa de execução/monitoramento.
Causa‑efeito mal definida: A lógica “se investimos em aprendizagem → melhoramos processos → clientes fidelizados → resultados financeiros” precisa realmente existir e ser validada. Se for apenas decorativa, o modelo falha.
Boas práticas recomendadas:
Envolver liderança desde o início e garantir comunicação clara da estratégia;
Conectar objetivos e indicadores a iniciativas com responsáveis e prazos;
Limitar numero de KPIs para foco;
Garantir rotina de revisão periódica (mensal/trimestral) e flexibilidade para ajustes;
Usar visualização (mapa estratégico, painel) para facilitar entendimento e disseminação;
Treinar gestores para que entendam que BSC é gestão da estratégia, não apenas relatório.
6. Como aplicar no contexto da sua empresa (Checklist para gestores)
Aqui vai uma checklist prática para aplicar o BSC no planejamento estratégico da sua empresa:
Revisar ou validar missão, visão e valores da empresa.
Realizar análise ambiental (ex: SWOT) e identificar temas estratégicos para os próximos 3‑5 anos.
Definir 5‑10 objetivos estratégicos principais distribuídos nas quatro perspectivas do BSC.
Para cada objetivo, definir 1‑3 indicadores (KPIs) relevantes, mensuráveis e com meta clara.
Mapear as relações de causa‑efeito entre os objetivos nas perspectivas.
Definir iniciativas estratégicas (projetos/programas) para cada objetivo, com responsáveis, prazos e recursos.
Criar painel visual (mapa estratégico + painel de indicadores) e comunicar a toda organização.
Estabelecer rotina de monitoramento: mensal (indicadores) e trimestral (revisão das iniciativas).
Avaliar desvios: se indicador está abaixo da meta, investigar causas, revisar iniciativas ou ajustar meta.
Ajustar o plano estratégico/objetivos conforme o ambiente muda — o BSC não é um “set & forget”.
O Balanced Scorecard é uma ferramenta valiosa para conectar o planejamento estratégico à execução operacional, permitindo que as organizações transformem visão e missão em resultados concretos. Para empresas que buscam elevar sua maturidade estratégica, independentemente do porte ou setor o BSC oferece uma linguagem comum, um sistema integrado de indicadores e um mecanismo de governança para acompanhar a estratégia ao longo do tempo.
Se você quiser entender como aplicar esse modelo de forma personalizada à realidade da sua empresa, definindo indicadores, construindo mapa estratégico ou estruturando o painel de acompanhamento, fale com a ALMA. Estamos prontos para ajudar a transformar estratégia em ação com profundidade e praticidade.

