Atualizado: 11 de ago. de 2021
O que é Bootstrapping?
Bootstrapping é um termo que vem do inglês e nessa época seu significado se resumia a um acessório para calçar as botas. Em geral, esse objeto ficava na parte de trás das botas e servia para ajudar o usuário a colocar as botas de maneira rápida e fácil.
Em 1880 esse era o único sentido real dessa palavra aparentemente complicada, porém ao longo dos anos o termo bootstrapping assumiu diferentes significados até chegar ao mundo dos negócios.
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Bootstrapping nos negócios
Na visão dos negócios, bootstrapping é um termo que se refere a uma startup que inicia suas atividades sem investimento externo. Em outras palavras, apenas os sócios do empreendimento colocam seu dinheiro diretamente no negócio.
Estima-se que a maioria das startups iniciam suas atividades utilizando o bootstrapping. Isso pode ser explicado pelo fato de startups serem empreendimentos arriscados, que podem gerar perdas para investidores, portanto, conseguir investimento externo para essas empresas não é uma tarefa fácil, sendo justificável o uso do bootstrapping.
Vantagens do bootstrapping
Por mais difícil que possa parecer, utilizando o bootstrapping pode auxiliar os empresários a obterem algumas vantagens interessantes:
Maior controle sobre o negócio;
Aprendizagem baseada em erros;
Fortificação da cultura e gestão da startup.
Maior controle sobre o negócio
Para um empreendimento permanecer saudável financeiramente, é necessário que haja um bom controle financeiro sobre o negócio por parte dos sócios. Entendendo como está o fluxo de caixa da empresa e principalmente: se o negócio está gerando lucro.
O bootstrapping permite que os empreendedores não se preocupem em responder para os acionistas ou investidores do negócio, pois são os únicos que estão realmente à frente da empresa, fazendo com que tenham um foco no produto ou serviço ao cliente. Isso faz com que o empreendedor entenda muito mais o negócio e consequentemente obtenha um conhecimento muito grande sobre as dificuldades e qualidades do empreendimento.
Aprendizagem baseada em erros
O aprendizado com os erros é ampliado em um negócio que utilize o bootstrapping isso porque é necessário estar muito atento aos detalhes, caso os sócios deixem algo despercebido isso pode gerar graves problemas financeiros para a empresa. Isso faz com que os empreendedores estejam muito mais propensos a aprender rapidamente e ganhem experiência com o nicho e produto/serviço com o qual estão trabalhando.
Fortificação da cultura e gestão da startup
Um dos grandes pilares das grandes empresas é a gestão empresarial em união com o planejamento estratégico e uma forte cultura da empresa. Todos esses pontos fortalecem, ampliam e fazem com que o negócio se torne mais robusto com o passar do tempo.
Em uma empresa que utiliza apenas os próprios recursos para expandir, torna-se mais fácil criar essa base sólida de cultura e gestão. Isso porque o empreendimento está mais centralizado nos sócios, não necessitando de grandes reuniões com acionistas ou investidores, permitindo a organização dessa base sólida desde o início da empresa.
Desvantagens do bootstrapping
Como sabemos, nem tudo são só vantagens e o bootstrapping é uma estratégia que também possui seus riscos:
Risco financeiro;
Credibilidade;
Falta de apoio e recursos.
Risco financeiro
Uma das principais dificuldades da utilização do bootstrapping é o risco financeiro para os empresários. Pois, o dinheiro investido na empresa se restringe ao patrimônio individual dos sócios, fazendo com que os mesmos acabem sendo encurralados pela situação financeira da empresa, caso não possuam condições financeiras estáveis na sua vida privada.
Esse risco pode ser algo positivo, pois força os empresários a estarem atentos a todos pontos positivos e negativos da empresa, porém pode se tornar uma tremenda dor de cabeça, caso o empresário não tenha estabilidade emocional para lidar com possíveis prejuízos do empreendimento.
Credibilidade
Dependendo do tipo de negócio e do tipo de cliente que a empresa deseja atingir, o bootstrapping pode acabar causando um desconforto na hora do cliente comprar ou de futuros investidores apoiarem o negócio.
O fato da empresa não possuir apoiadores externos pode causar uma desconfiança do cliente quanto a qualidade dos produtos ou serviços prestados e ainda mais, pode diminuir a atração de possíveis investidores.
Claro, a falta de credibilidade irá assombrar qualquer tipo de negócio que esteja no início, porém quanto maiores as faltas de argumentos ou gatilhos mentais para comprovar a veracidade e qualidade da empresa, maior o esforço necessário para o crescimento.
Falta de apoio e recursos
Por último, a falta de apoio externo pode deixar os empresários pouco confiantes nas tomadas de decisões ou na visão de futuro do negócio, é aquela famosa frase: duas cabeças pensam melhor do que uma.
Além do apoio psicológico, investidores auxiliam muito financeiramente, afinal dinheiro é o que move o negócio. Quanto mais saudável as finanças da empresa, as preocupações dos empresários podem simplesmente ser transferidas para a gestão, organização e planejamento empresarial, que trarão resultados significativos no longo prazo.
Como colocar o bootstrapping em prática?
Para colocar a mão na massa e fazer a sua empresa caminhar com o bootstrapping é necessário ter em mente todas as vantagens e desvantagens apresentadas anteriormente. Mas também é essencial entender as características que deverão ser desenvolvidas pelo empresário ou as que ele já deverá ter para tornar o seu negócio lucrativo:
Resiliência e persistência mesmo com possíveis prejuízos, buscando consertar os erros e resolvê-los rapidamente;
É necessário ter foco no resultado, ou seja, buscar o lucro. Após obter um lucro regular, o negócio começará a andar com as “próprias pernas”.
A habilidade de comunicação e de criar laços com os clientes é extremamente necessária para criar parcerias e melhorar o contato com possíveis promotores da marca.
E um dos principais pontos é: trabalhar duro. Isso é o que irá realmente gerar resultados e expandir a empresa para um outro patamar.
O bootstrapping não é uma maneira fácil de iniciar uma empresa e trazer resultados rápidos, porém é uma técnica que realmente funciona. Podemos ver isso na prática, com alguns exemplos de empresas gigantes que começaram suas atividades apenas com capital próprio dos empreendedores, como Dell e Microsoft, mas também temos empresas brasileiras, como a Involves, que começou os seus serviços sem investimento.
Observando todos esses pontos atentamente o empreendedor estará apto a dar os primeiros passos para organização e planejamento do negócio com o bootstrapping. A partir disso, não há muito mistério: é colocar a mão na massa e fazer acontecer!
Uma atividade que todo empreendedor deve fazer diariamente é olhar a quantidade monetária que sua empresa possui em caixa. Porém, quando você realiza essa tarefa e enxerga um determinado valor, você sabe nos responder quais foram as exatas saídas e entradas que a empresa teve nesse dia, semana ou mês? Sabe qual é a melhor data para realizar os pagamentos da empresa? Consegue negociar a data dos recebimentos de sua empresa para um dia mais estratégico? Sabe qual é a necessidade de capital de giro da empresa? Se a resposta da maioria dessas perguntas for não, esse conteúdo foi escrito para você.
Antes de partirmos para as respostas de cada uma das perguntas é necessário compreender como funciona o Regime da Caixa.
(Fonte: Treasy | Reprodução)
O que é Regime de Caixa?
Esse sistema é um regime contábil onde as entradas e saídas da empresa têm sua contabilização feita no exato momento da transação.
Um bom exemplo para pensarmos sobre o funcionamento desse regime é o seguinte:
Imagine que uma empresa x comprou determinado produto com um fornecedor x e optou por fazer o pagamento em duas parcelas, uma em 30 e outra em 60 dias. Nesse caso, com o regime de caixa, a compra com o fornecedor seria contabilizada apenas na data de pagamento da primeira parcela, ou seja, dentro de 30 dias. No mês seguinte, ao completar 60 dias, o outro lançamento seria realizado.
Há, também, outro regime contábil, o regime de competência. Ele é responsável pelo Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE), e pelo Balanço Patrimonial, mas isso é assunto para outro conteúdo. Um dos demonstrativos mais importantes originados através do Regime de Caixa é o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC).
O que é Fluxo de Caixa?
O fluxo de caixa é uma ferramenta que permite a visualização da movimentação de ingressos e desembolsos que o capital em caixa da empresa apresenta, resumindo, é a apresentação do que você recebe e do que você paga em seu negócio em determinado período. Sem um bom registro dessas informações de ganhos e despesas da empresa, vamos perdendo o controle do nosso dinheiro e dificultando a interpretações e a realização de algumas análises que são essenciais para a continuidade do negócio. Por isso, é importante mantermos uma rotina de registros bem detalhada de todas essas informações em nosso demonstrativo de fluxo de caixa, ou DFC.
Importante frisar que não basta termos apenas duas classificações, uma de ingressos e outra de desembolsos, é importante conseguirmos distinguir as diferentes origens de saídas e entradas de caixa. Se isso não for feito podemos nos encontrar no seguinte cenário:
Um empreendedor identifica que chegou a receber 150 mil reais em um trimestre, olhando dessa forma ele pode pensar que boa parte desse dinheiro foram originados das vendas da empresa. Porém, parte desses ingressos podem ter se originado por meio de aportes dos sócios da empresa, por um financiamento que a empresa buscou e por outros ingressos que não são operacionais. Enfim, se não conseguirmos separar as entradas e saídas de caixa em diferentes classificações não teremos certeza dos movimentos que nosso capital monetário realizou.
Qual é sua importância?
Um Demonstrativo de Fluxo de Caixa é importante, pois sem ele a organização financeira da empresa não é otimizada e é difícil responder se tivemos um resultado sadio de caixa em um determinado período.
A ferramenta também permite compreender quais são os resultados diários de entradas e saídas da empresa. Além disso, ela permite observarmos os resultados da empresa e analisarmos se a empresa deixou de pagar alguma conta por descuido.
A falta do DFC, também, inibe a empresa de realizar a projeção do fluxo de caixa. Esse forecast é importantíssimo para compreender o comportamento que o caixa da empresa vai ter nos próximos dias, meses ou anos e, ao analisarmos, conseguimos compreender se precisamos elaborar planos de ação para movimentar alguma data de pagamento ou de recebimento com o objetivo de trazer segurança para o nosso caixa. Essa previsão é feita com base nos dados oriundos do Demonstrativo de Fluxo de Caixa e com alguns outros relatórios de orçamentos da empresa.
Para a identificação da Necessidade do Capital de Giro da empresa é preciso ter bem elaborado o DFC, além de medir o Prazo Médio de Pagamento (PMP) e o Prazo Médio de Recebimento (PMR). Bora descobrir o que são esses indicadores.
O que é Prazo Médio de Recebimentos (PMR)?
O Prazo Médio de Recebimentos é um indicador que nos relata sobre o tempo que a empresa leva para receber o valor por determinada venda ou serviço feito.
Vários negócios realizam vendas a prazo de seus produtos e serviços, já que essa modalidade é um atrativo ao consumidor e pode incentivá-lo na realização no momento da compra. Porém, se o empreendedor não possuir um controle financeiro se torna difícil a identificação desse parâmetro.
Quanto menor esse prazo mais saudável será o caixa da empresa irá se beneficiar.
O que é Prazo Médio de Pagamentos (PMP)?
O Prazo Médio de Pagamentos é um indicador que nos relata sobre o tempo que a empresa tem para pagar as contas com seus fornecedores. Quanto maior for esse prazo mais saudável será o caixa da empresa.
Novamente, o cálculo desse indicador é altamente dependente de um bom Demonstrativo de Fluxo de Caixa e de uma rotina de controle financeiro qualificada
Conclusão
Há ainda outros indicadores como Necessidade de capital de giro, Ponto de equilíbrio… que dependem de a empresa possuir um bom controle de fluxo de caixa para serem identificados. Porém esses KPI’s serão mais comentados em um próximo conteúdo.
As empresas que negam a implementação de sistemas/ferramentas que a auxiliam na identificação desses números estão fadadas a possuírem pouco ou nenhum controle sobre suas finanças. O negócio deve possuir uma rotina de coleta e descrição das suas informações contábeis.
O fluxo de caixa é uma ótima ferramenta para começar a melhorar a sua gestão financeira, mas não é a única ferramenta necessária. Quer saber mais? Entre em contato conosco ou continue navegando em nosso blog.
Não se pode gerenciar aquilo que não se pode medir.
Peter Drucker
Eu aposto que você, empresário/empresária, já ouvir essa frase uma dezena de vezes.
Hoje eu vim falar contigo sobre indicadores, mais precisamente sobre indicadores financeiros.
Em uma escala de 1 a 10, o quanto você usa indicadores para tomar as decisões da sua empresa?
Uma vez eu ouvi uma frase bem forte no seriado norte-americano "O Sócio", dita pelo bilionário e empresário Marcus Lemonis, que reflete muito o que acredito fortemente enquanto empresária e Consultora de Empresas:
"Se você não conhece os números da sua empresa, você não conhece a sua empresa"
Embora isso pareça óbvio até certo ponto, tem muito empresário que não tem o domínio dos números, nem sabe o que eles significam muitas vezes.
Por isso, trouxe um compilado dos principais indicadores financeiros que um gestor deve acompanhar.
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO: esse é o indicador que representa o quanto as vendas da empresa contribuem para o pagamento dos custos de estrutura e despesas fixas. Esse número é importante para o cálculo do ponto de equilíbrio, ou seja, quanto a empresa precisa vender para não ficar no prejuízo.
CMV: a sigla significa “custo de mercadoria vendida” e é o custo de fabricação de um item ou de aquisição de um para revenda. Esse indicador auxilia a empresa a visualizar as margens reais que os seus produtos estão deixando, mostrando a viabilidade da sua comercialização. Para ter uma empresa saudável, você precisa de um CMV bem controlado.
FLUXO DE CAIXA: o fluxo de caixa é o movimento de entradas e saídas em dinheiro do caixa da empresa. Um desequilíbrio entre as entradas e as saídas mostram uma necessidade maior de capital de giro, ou seja, se eu pago mais contas no início do mês e recebo mais para o final, preciso de um valor em caixa para não operar no negativo até as entradas efetivaram no caixa.
Um fluxo de caixa saudável tem um equilíbrio entre os prazos de recebimento e pagamento. Analisar esses valores para frente ajuda a gestão do negócio a ter maior visibilidade da movimentação do caixa da empresa, podendo motivar ações de maior liquidez na empresa, como descontos para vendas à vista, por exemplo.
EBITDA: a sigla significa “lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”, também conhecida como LAJIDA, ele é o indicador de lucratividade operacional de um negócio. Esse indicador mostra o desempenho operacional de um negócio, ou seja, a prática da sua atividade fim, sem avaliar os efeitos financeiros disso, como investimentos financeiros, empréstimos e impostos. Esse é um dos principais indicadores para analisar a competitividade da empresa e avaliar o potencial de geração de caixa que o mesmo possui.
LUCRO LÍQUIDO: é o resultado deixado pela empresa ao final de um período determinado. Ele é calculado após a mensuração do EBITDA, diminuindo depreciação de equipamentos e despesas financeiras como empréstimos e juros, por exemplo. Esse é um dos principais indicadores para identificar a saúde a longo prazo de uma empresa.
INADIMPLÊNCIA: esse é o indicador que mostra o quanto dos nossos recebimentos programados não foram realizados, ou seja, mostra o valor ou percentual de faturas em aberto pelos clientes. Um valor alto nesse indicador significa uma necessidade de capital de giro maior, além de uma maior qualificação do perfil de cliente que a empresa está atendendo. Faça uma análise separando os inadimplentes em níveis, não coloque todos no mesmo saco. Separe por períodos, exemplo: até 7 dias, até 15 dias, até 30 dias, até 60 dias, até 90 dias, mais de 6 meses... Cada nível deverá receber uma ação diferente pela área de cobrança da sua empresa.
Se você não tem esses números mapeados e visíveis para você todos os dias, sugiro que corra para fazer isso antes do ano terminar.
Vivemos um momento de muitas mudanças e um dos melhores jeitos de acompanhar os reflexos de tudo isso é acompanhar muito de perto os indicadores financeiros do seu negócio.
Se você não sabe como implementar esses indicadores e/ou não tem uma ferramenta online para acompanhar eles, podemos te ajudar.
Manda uma mensagem para gente e um de nossos Consultores entrará em contato.
Abraço!