Imagine a possibilidade de ter na sua empresa um ambiente propício e adaptado a mudanças, a experimentação e 100% orientada à inovação. Uma empresa que consegue gerenciar com eficiência as tarefas rotineiras do negócio e ao mesmo tempo trabalhar no que precisa ser mudado para construir a sua empresa do futuro.
Isso existe e toda empresa pode se tornar nisso, existe um processo que permite essa evolução e é isso que vou conversar contigo aqui nesse texto.
Existem dois tipos de empresas: as reativas, as quais acreditam que o meio é que forma as oportunidades, e as proativas, aquelas que ditam as novidades do mercado e saem na frente com inovações relevantes.
O mundo está mudando de forma rápida e o mundo dos negócios concorda com Darwin, não são os mais fortes que sobrevivem mas sim, os que se adaptam às mudanças do ambiente. Inovar não é legal, é necessário.
Mas fique tranquilo, se você ainda não implementou uma estrutura e processos voltados para inovação, aqui neste artigo vou explicar como trazer para a sua empresa uma cultura mais dinâmica e voltada para o fomento da criatividade, melhoria contínua e inovação.
O ponto de partida para uma empresa adquirir uma cultura criativa, onde os funcionários vivenciam a inovação no dia-a-dia como se estivesse impregnado no seu DNA, é necessário que a organização disponha de um ambiente propício para que os colaboradores concedam sugestões, e façam proposições de ideias e melhorias.
Os benefícios de criar esses ambientes na empresa podem minimizar a resistência ao novo, para que uma nova mentalidade voltada para o engajamento e proatividade possam crescer de forma orgânica e em todos os níveis da hierarquia.
Alterar uma cultura organizacional estática e conservadora não é fácil e requer vontade sincera, disciplina e compromisso. O start inicial precisa vir da alta administração, do conselho, do CEO e dos diretores, todos eles precisam estar alinhados com essa vontade e manifestar aos demais essa intenção de forma clara e sincera. Mais do que isso, precisam mostrar com ações esse apoio e intenção de mudança. Dependendo da política de gestão adotada até então pela empresa, essa iniciativa envolve ter que diminuir a necessidade de controle e aos poucos ir delegando aos demais escalões a oportunidade de tomar decisões, de dar maior autonomia e de opinar nas ações.
Ações que desencorajam um ambiente inovador:
Vou elencar aqui um conjunto de causas que levam os colaboradores de uma empresa terem muita resistência em aderir uma cultura inovadora.
Medos: O medo é um sentimento inerente ao ser humano, isso todos sabemos, o problema é que se ele não for trabalhado para ser superado ele inevitavelmente ficará instalado na atmosfera da empresa e irá engolir qualquer iniciativa minimamente nova ou diferente.
Do desconhecido: Quando lidamos com inovação somos inseridos em um ambiente de experimentação, de teste, de hipóteses e resultados incertos. O medo do desconhecido desmotiva algumas pessoas a agir pois não ter uma certeza de onde o caminho nos levará traz a sensação de falta de controle e de estar à própria sorte.
Do erro: Uma cultura organizacional que possui baixa tolerância ao erro, onde isso seja sinônimo de incompetência e inadequação por parte de quem tomou a decisão, acaba gerando ambientes em que o medo de errar é mais forte do que o prazer de acertar. Quando se fala em ser bem sucedido em algo, o erro faz parte do processo, os aprendizados gerados nessas "falhas" são essenciais para que a chegada “lá” seja ainda mais prazerosa e enriquecedora.
Da punição: O medo da punição está relacionado ao receio de se tomar uma decisão de forma equivocada e acabar levando a empresa a ter prejuízos tanto financeiros, mas também de tempo e energia.
Todas as ideias colocadas como possibilidade de desenvolvimento precisam passar por processos de priorização, controle de desempenho e projeção de custos/receitas. Qualquer erro que possa acontecer não será apenas de uma pessoa e deve-se compreender que ao se trabalhar com inovação, falhar é normal, o quanto antes isso acontecer melhor.
Claro que responsabilidades devem ser dadas aos envolvidos, mas a organização precisa estar preparada desde o seu planejamento para esses acontecimentos.
Falta de método claro: A confusão e a dificuldade de entendimento de como executar projetos de inovação pode acabar deixando as coisas muito complexas e soltas, gerando desinteresse e baixo envolvimento dos colaboradores. É fundamental ter processos, prazos, responsáveis, etapas de início, meio e fim.
(Fonte: Giphy | Reprodução)
Ações que incentivam a um ambiente inovador:
Vou elencar aqui um conjunto de iniciativas que motivam os colaboradores de uma empresa a aderirem para uma cultura inovadora.
Direcionamentos para a criatividade: É muito interessante para empresas que não possuem ainda a inovação na sua essência e nem nos seus valores começar trazendo pequenas ações no dia-a-dia para despertar nos colaboradores o desejo de participação, engajamento e proatividade.
Existem algumas práticas com o objetivo de exercitar a criatividade inata dentro de cada um de nós, gerar insights e estimular o processo de ideação para que se reverta em projetos que por sua vez possam trazer melhores resultados para a organização. É preciso criar novos inputs para dentro da organização, alimentar o quadro de funcionários com novas informações que podem ser adquiridas através de treinamentos, workshops, encontros criativos com dinâmicos de grupos e uso de Brainstorming. Leve os funcionários para conhecer centros de inovação e laboratórios. Incentive o hábito da leitura, debatam cases de sucesso e inicie um processo de capacitação para que todos possam partir mais ou menos do mesmo estágio de conhecimento.
Divulgar:
A inovação: Um elemento que vai auxiliar muito na transformação da cultura é a comunicação interna. Com o seu nível de alcance, ela é capaz de noticiar aos funcionários os projetos, os envolvidos e o desempenho das ações para as pessoas que não estão alocadas de forma direta. O sentimento de conexão e transparência reforçam a cultura.
As etapas e processos: Informar a estrutura que será a base da gestão da inovação também é muito positivo para o entendimento do processo de forma macro por todos na organização, todos sabendo das responsabilidades, entregas e prazos dão ao projeto maior nível de responsabilidade e compromisso.
Explique como foi o processo de geração de ideias, como aconteceu a seleção e priorização, depois informe quando acontecerá o teste de conceito, a criação dos protótipos e finalmente quais serão as entregas finais. Comunique como e onde serão registradas e atualizadas as ações e qual o seu fluxo por meio de folders internos e mural de avisos.
Vou citar duas ferramentas utilizadas nesses processos:
Uma delas é o Design Thinking que tem o objetivo de abordar problemas, análise de informações e proposição de solução com base em ideais e insights através de um olhar empático sobre o cliente. Pode ser direcionado para o desenvolvimento de produtos e serviços diferenciais e que satisfaçam de forma mais plena as necessidades dos consumidores.
Na Estratégia do Oceano Azul uma das ferramentas é a listagem de atributos de valor de um negócio e distribuí-lo em uma matriz, no qual, alguns desses elementos irão aumentar ou diminuir, os mais desinteressantes serão eliminados e novos podem ser criados, resultando num conjunto de ações gerenciais que resultam em importantes produtos e serviços capazes de criar novos mercados.
Os protagonistas envolvidos: Demonstrar reconhecimento à quem se dispôs a entrar nessa empreitada é fundamental, os funcionários precisam saber quem foram os responsáveis pela ideia e quem a desenvolveu. Independente do tamanho e complexidade, a participação das primeiras ações em direção à inovação e a conclusão dela devem ser celebradas.
Os resultados obtidos: A apresentação dos resultados ao final do processo, sejam eles positivos ou negativos, tem o objetivo de passar um retorno para a organização sobre o que resultou todo o esforço e empenho dos comprometidos no processo. Para os acertos deve-se comemorar e colher os frutos, para os erros recomenda-se refletir e aprender com eles, analisar as possíveis causas e compreender que errar faz parte do processo de aprendizagem.
(Fonte: Giphy | Reprodução)
Contudo, faço uma ressalva: A implementação de uma cultura de inovação é apenas o primeiro passo, pois ela por si só não garante a inovação. Além dos fundamentos contidos neste artigo de como trazer uma cultura de inovação para a sua empresa, essa cultura precisa estar conectada com um planejamento, estratégia, processos, indicadores e sistema de recompensas resultando em uma gestão da inovação.
Tendo em vista os aspectos observados, o principal é iniciar estes procedimentos no seu negócio, para empresas pequenas e/ou que ainda não possuem processos claros e definidos de inovação, recomendamos começar com ações simples de escuta ativa dos seu quadro de funcionários e quando sentir que a equipe possui maior segurança para se expor e ter iniciativa é interessante aumentar a complexidade e ir adicionando mais elementos a esse ambiente como por exemplo um centro de inovação com a alocação de uma equipe especializada nesse assunto.
Então, convidamos você a dar o primeiro passo, abra a cabeça para o novo e colha os frutos dessa escolha. Nós estamos aqui para te auxiliar e te acompanhar nessa nova jornada. Se sentiu o chamado e se esse conteúdo fez sentido para você, nos contate e vamos trocar uma ideia. 😊
Atualizado: 8 de jun. de 2020
Quantas oportunidades os negócios perdem olhando apenas para o mercado convencional...
Se eu vendo comida, eu olho para outros lugares que vendem comida. Eu analiso o que estão fazendo, que tipo de clientes estão atendendo, vejo as principais falhas e penso como posso aproveitar isso para o meu negócio. Certo?
Mais ou menos.
É importante monitorarmos o nosso mercado tradicional, para não ficarmos alienados de mudanças importantes que estão acontecendo.
Porém, existem outras possibilidades. Muito mais ricas, na minha opinião.
Aqui é importante fazer uma pausa.
Se você quer só pensar em ter o negócio igual, com mudanças pequenas e está satisfeito com o mercado que atinge hoje, a continuação desse texto não é para você.
Agora, se você está vendo as grandes mudanças do mercado e quer preparar o seu negócio para receber elas e aproveitar as oportunidades que estão a todo tempo na nossa volta, por favor, siga essa leitura.
O que queremos trazer aqui é um dos pilares da INOVAÇÃO, devemos saber olhar o problema que o nosso produto/serviço resolve (product-market fit). Só a partir desse entendimento é que conseguimos dar um passo adiante em busca da inovação contínua do nosso negócio.
Voltamos as outras possibilidades de analisar o mercado.
Sabendo o problema resolvido, você deve pensar qual o propósito das pessoas que vem aqui? Qual o objetivo delas?
Voltamos ao restaurante: as pessoas vão lá para relaxar, tirar um tempo da rotina atribulada que possuem, do stress do trânsito e do trabalho. E, claro, comer uma boa comida, ser bem atendida e todos os outros pontos que são comuns.
Por que olhar só para restaurantes?
Temos que olhar para outros lugares que cumprem esse mesmo propósito, tendo forma e função diferentes.
Esqueça o seu segmento!
Vamos olhar para outros lugares que as pessoas vão “relaxar, tirar um tempo da rotina atribulada que possuem, do stress do trânsito e do trabalho”.
Ir no cinema
Assistir Netflix
Ler em casa
Passear no shopping
Jogar no celular
Ficar viajando no Instagram
Cozinhar
Fazer exercício
O que todas essas atividades têm comum?
Elas cumprem um propósito igual, cada um do seu jeito.
A sacada é analisar todos esses SETORES ALTERNATIVOS e captar os pontos principais que eles entregam e se perguntar: COMO POSSO INCORPORAR ISSO NO MEU NEGÓCIO?
Reserve um tempo e pense:
Quais são os setores alternativos do seu segmento?
Por que as pessoas fazem escolhas entre eles?
Quando você se concentrar nos atributos críticos que levam as pessoas a optarem um ou outro e eliminar todo o resto, é possível criar um oceano azul de um novo espaço no mercado.
Essa análise é uma das nossas principais ferramentas na ALMA Negócios para levar nossos clientes a conquistar novos mercados e atrair novos públicos.
PS: Leia o livro “A Estratégia do Oceano Azul”, você vai ter mais exemplos sobre essa estratégia de análise 😊
Ficou alguma dúvida? Chama nos comentários :D
ALYNE LOPES
Sócia & Consultora de Negócios
alyne@almanegocios.com.br
Atualizado: 8 de jun. de 2020
No nosso dia a dia, muitas vezes, temos a impressão de que a concorrência está tendo um melhor desempenho que o nosso. Isso pode ser verdade, naturalmente.
Mas, de que forma podemos ter uma validação desta percepção?
Se olharmos para dentro de algumas empresas específicas podemos descobrir processos ou métodos. Entretanto, essas informações são difíceis de serem obtidas e podem não ter o impacto planejado.
Então, como podemos analisar os concorrentes sem perder tanto tempo estudando cada um e ter uma boa visão do geral?
A Matriz de Posicionamento é uma metodologia que trabalha com a definição dos critérios de valor do mercado, sendo estes os que são vistos como influentes para estimular o processo de compra. Isto é, que fazem um consumidor escolher entre um ou outro negócio do mesmo segmento.
Para traçarmos os critérios de valor do mercado precisamos ter contato com o nosso público-alvo, entendendo o que estas pessoas enxergam como benefício e o que elas veem como prejudicial em uma compra.
A partir deste primeiro contato com o cliente, entendemos os principais critérios que o mercado deve usar para se moldar, podendo ter aspectos objetivos (como preço, prazo e facilidade de uso) e outros mais intangíveis (como geração de status social).
A partir desta primeira análise se pode fazer uma pesquisa com concorrentes de forma focada e mais abrangente, que traz uma imagem do mercado atual, mas sem necessariamente observar possíveis inovações.
Após mapear o funcionamento do mercado, temos a ferramenta da EREC, que é utilizada para avaliar 4 variáveis no desenvolvimento do novo posicionamento e modelo de negócio.
Esta ferramenta trata, basicamente, da Elevação, Redução, Eliminação e Criação de atributos em relação à curva original do mercado.
Para que possamos ter um olhar analítico sobre diferenciação e inovação de nossos negócios é essencial que tenhamos contato com não-clientes, que são aquelas pessoas que não vão consumir o seu produto/serviço – independentemente de como você ajustar estas variáveis convencionais do mercado – mas, que têm muito a nos ensinar sobre novas formas de gerar valor e descobrir modelos de negócios não-concorrentes.
Esse processo pode ser observado em algumas empresas conhecidas do mercado, como a EasyJet, que inovou no mercado de transporte aéreo executivo, vendendo horas de voo a um preço menor do que fretar ou manter um jato particular e trazendo um preço competitivo com voos comerciais – e com um tempo de espera, embarque e desembarque muito menor do que vivenciamos em aeroportos.
Se formos olhar para um mercado mais convencional, como o de supermercados, podemos observar modelos como mercados online, que não oferecem estrutura física. Este modelo de negócio se beneficiou da facilidade do e-commerce para reduzir investimento em estrutura física, custos com atendimento e manutenção desta estrutura, reduzindo somente ao necessário para estoque e entrega.
Desenvolver um posicionamento diferenciado pode parecer um desafio inalcançável, mas se utilizarmos as ferramentas corretas podemos transformar qualquer negócio em algo novo.
Até breve!
MARCELLO ARPINO
Sócio & Consultor de Negócios
marcello@almanegocios.com.br